terça-feira, 5 de abril de 2011

História da Ilha Grande









Dois anos após o Descobrimento do Brasil
 o navegador Gonçalo Coelho que já havia batizado
 o Rio de Janeiro, descobriu em 06 de Janeiro
Ilha Grande. A princípio eles pensavam que
a Ilha fosse um continente e ao seu leste, a
 desembocadura de um grande rio.
O nome surgiu por índios Tamoios
 que a chamavam de "Ipaum Guaçu", expressão
que significa Ilha Grande.
Local preferido pelos navegantes
 portugueses, espanhóis, ingleses, franceses
 e holandeses, a Ilha Grande
foi palco da história do Brasil desde
a época do seu descobrimento.
Em 1559, Don Vicente da Fonseca
foi designado pelo Reino de Portugal
 para tomá-la à posse lusitana e administrá-la.

Em meados do século XVI, começa
uma longa e encarniçada guerra de
 resistência à colonização européia, a
 Confederação dos Tamoios (1554 a 1567 - foi
 a segunda grande luta de resistência social
havida na história do mundo, antecedida pela
 insurreição asteca, em 1520 - tendo sido, no
entando, de proporções e
duração muito maiores), contra os
 invasores portugueses; os Tamoios
tiveram ajuda dos franceses ("mair", como os
chamavam os Tupinambás), enquanto que os
 portugueses (chamados de "peró") foram ajudados
 pelos índios Tupiniquins; bateram-se ao longo do
litoral brasileiro numa surpreendente extensão que
 alongou-se do Espírito Santo até São Paulo, tendo
sido a região de Angra dos Reis um dos principais
redutos da resistência indígena, fato que retardou a
sua colonização por mais de meio século.
Em 1803 o povoado obtém uma identidade
 jurídica: Freguesia de Santana da Ilha Grande de Fora.
 Tornou-se um famoso entreposto do tráfico ilegal de escravos até
 a abolição da escravatura em 1888. Somente depois de proclamada
 a República, em 1891, foram criados os
 dois primeiros distritos: Abraão e
 Sítio Forte, hojeAraçatiba.
No período de 1725 a 1764, com o avanço da cultura
da cana-de-açúcar, começa a acontecer a
 colonização da Ilha Grande, num ciclo que
 se estenderá até a primeira metade do
século XIX. O café, introduzido um pouco
mais tarde, perdurou
 entre 1772 e 1890, chegando, inclusive, a ser exportado
 para a Europa. Com o término da escravidão, na segunda
 metade do século XIX, a cultura do café tornou-se inviavél
 e foi abandonada. A Ilha Grande entrou em um período
de decadência. No mesmo período, ocorreu o fim
 da "Invencível Armada" Lusitana. Desse fato
resultou a intensificação do contrabando do
Pau-Brasil e muitos outros tipos de contrabando.
No século XIX, D. Pedro II visitou a Ilha Grande.
Ele ficou encantado pela sua beleza e tranqüilidade.
Resolveu adquirir a Fazenda do
 Holandês (hoje, Vila do Abraão) e a de Dois Rios. Na
 Fazenda do Holandês foi construído
 o Lazareto, que serviu de centro de triagem
 e quarentena para os passageiros enfermos que
chegavam ao Brasil (mais especificamente
nos casos de cólera) chegando a atender mais
de quatro mil embarcações durante
seus 28 anos de funcionamento.


A água para abastecer o Lazareto
foi desviada do Córrego do Abraão, sendo
 para tanto construída uma barragem
 e o Aqueduto, um dos monumentos de
 maior importância histórica da Ilha Grande.
 Existe, ainda hoje, perto da barragem, o banco
 de pedra, denominado "Banco de D. Pedro", utilizado
 pelo Imperador para descanso.
Em 1903 foi criada a Colônia Correcional de
Dois Rios. Por outro lado, o Lazareto foi
desativado, passando a funcionar como presídio político.
 No final da Revolução Constitucionalista de 1932, seus
 internos passaram para a Colônia Correcional de Dois Rios.
 Posteriormente o Lazareto chegou a ser
demolido, perdendo assim, a Ilha Grande, o
 seu mais importante patrimônio histórico e cultural.
Em 1940 foi construído em Dois Rios o Instituto Penal
Cândido Mendes, com
capacidade para mil presos de alta periculosidade.
 À convivência dos presos
 políticos do regime militar com os presos comuns,
 dentro dos muros do presídio, é atribuida uma das
origens do chamado "crime organizado", pontuando
com acontecimentos marcantes, tais como, fugas de
 helicóptero e outros, com ampla cobertura da mídia
 nacional e internacional; a presença do presídio vem
notorizar a Ilha Grande, por aspectos diametralmente
 opostos à sua beleza natural e importante significação histórica.


No ano de 1994, o Governo do Estado do
Rio de Janeiro, através do Governador Leonel Brizola, faz
 a demolição da maior parte das dependências do presídio.
 Com a decadência da agricultura, inicia-se a regeneração
 de capoeiras nas áreas abandonadas e etapas superiores
 de sucessão vegetal.
Hoje a atividade pesqueira veio substituir a agricultura
decadente, e teve inicio na década de 30 do século XX, com
 a salga de peixe. Na década de 50, a pesca chega
 ao auge, quando chega a vinte o número
 de "fábricas de sardinha" instaladas na Ilha Grande.
Ultimamente, com o declínio da atividade
pesqueira, inicia-se o desenvolvimento do turismo
 e juntamente com este, vem aumentando a
 especulação imobiliária, visando a instalação
 de grandes complexos turísticos e condomínios fechados
 para veranistas, a Ilha Grande resiste.



* Uma revisão histórica, anunciada
pelo almirante Max Justo Guedes
 na "Conferência dos 500 anos" de Angra dos Reis,
promovida pela prefeitura em 2002, trouxe à luz
 a oficialidade sobre o nome do verdadeiro
 descobridor: o navegante Gonçalo Coelho
Antes deste tratado o navegante André Gonçalves
 foi por muitos anos considerado
o descobridor da Ilha Grande.
Esta revisão foi feita com base
 na fonte: "Tratado Descritivo do Brasil",
de Gabriel Soares de Souza. 

Nenhum comentário: