domingo, 10 de abril de 2011

Segurança em escolas está longe do ideal


A falta de segurança nas escolas voltou a ganhar destaque , depois que o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, e matou 12 estudantes. E se fosse em uma escola de Blumenau, ele teria sido impedido de entrar com dois revólveres e um carregador? 

Em 2004, o Santa mostrou a fragilidade da segurança nas escolas de Blumenau e região. Um repórter tentou entrar, sem se identificar, em 16 estabelecimentos de ensino. Conseguiu em oito. De lá para cá, parece que pouca coisa mudou. Existe, sim, preocupação para melhorar a segurança, mas tudo depende de trâmites burocráticos.

Nas escolas municipais, a segurança se limita a vigias. Eles, porém, são contratados para cuidar do patrimônio, e não da entrada e saída de pessoas. O secretário de Educação, Osmar Matiola, acredita que de nada adianta aumentar o número de guardas ou instalar câmeras se não for trabalhada a formação do cidadão. Afirma que o caso do Rio de Janeiro é isolado, mas reflete que algo está errado na sociedade.

- O desejo é tornar a escola um espaço prazeroso, envolver a família com as escolas, ocupar os alunos com atividades complementares para que eles sejam bem formados - avalia Matiola, que cita ações anti-bullying e palestras educativas como meio de aproximar pais, escola e professores em Blumenau. 

Estado e município também orientam os professores a observar o comportamento dos alunos e, se a criança for muito calada, tímida ou agressiva, os pais são chamados para que o filho seja encaminhado para avaliação de um profissional médico especializado. 

Psicopedagoga e mestre em Educação, Mara Nair Jenichen salienta que, quando se fala em escola, se fala em abertura de caminhos para a vida social. Se este processo não é bem estruturado, podem aparecer problemas que culminam em adultos com comportamentos anormais. Por isso, ações anti-bullying e orientações quanto aos riscos do uso de drogas e armas são essenciais para a educação e amadurecimento dos estudantes e para se criar uma cultura de paz. 

Estado pretende instalar câmeras em todas as escolas
De acordo com a gerente de Educação da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), Simone Malheiros, das 33 escolas estaduais na cidade, 15 têm vigias. Algumas também têm câmeras. Outras, porém, não têm ninguém nem equipamentos que cuidem da segurança. 

A gerente conta que, nestes casos, a Secretaria é instalada na entrada da escola ou há uma campainha no portão. Quando alguém chega fora dos horários de entrada e saída, é recebido por um funcionário. A intenção é instalar câmeras em todas as escolas, mas depende de processo licitatório feito pelo Estado.

O subcomandante do 10º Batalhão de Polícia Militar, major Mário Sidnei Rossi, conta que as escolas pedem ajuda à polícia com frequência para combater, principalmente, o tráfico de drogas e as brigas. Já houve casos em que estudantes levaram armas brancas para as salas, mas envolviam crianças com até 10 anos, que o fazem para mostrar aos colegas. Ele diz, ainda, que os diretores têm um canal direto de comunicação com a PM, através de e-mail pelo qual podem solicitar apoio.

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